Em abril, as exportações de Santa Catarina atingiram U$S 995,5 milhões, crescendo 2,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, as vendas de produtos do estado atingiram U$S 3,6 bilhões, o que representou uma queda de 2,1% na mesma base de comparação. Já na série livre de efeitos sazonais, houve aumento de 3,0% ante o mês de março.
Na liderança da pauta exportadora do estado, as carnes de aves registraram crescimento de 8,3% no montante comercializado em abril, com relação ao mesmo mês do ano passado, incentivado pela reversão parcial e gradual da trajetória de queda dos seus preços internacionais. Além disso, os embarques desses produtos para o México aumentaram 103,4%, o que pode ser explicado pela isenção de tarifas a produtos de cesta básica implementadas naquele país, que passou a valer a partir do começo do ano.
Por outro lado, as exportações de carne suína, segundo item de destaque na pauta de vendas catarinense, sofreu redução de 2,0% em valor na variação interanual. Esse resultado foi influenciado pela menor demanda do principal comprador, a China. O aumento da produção de suínos no país asiático e o arrefecimento do consumo das famílias chinesas devido à crise imobiliária são fatores que contribuíram para esse declínio. Em contrapartida, houve aumento nos embarques do produto para países da América Central do norte e caribe, em especial para Porto Rico e Canadá.
Já as vendas de bens de capital tem se beneficiado do crescimento da produção industrial no início de 2024 em países que são importantes compradores de produtos catarinenses. Isso, aliado com condições melhores de acesso ao crédito doméstico, tem impulsionado as exportações de itens nesses segmentos.
Para exemplificar, as exportações do setor de equipamentos elétricos cresceram 17,7% em abril na variação interanual, tendo como destaque as vendas de motores elétricos especialmente para os Estados Unidos e Alemanha, além do aumento em mais de 200% para o Uruguai.
As exportações do setor automotivo também se destacaram, registrando uma expansão de 29,1% em abril. Santa Catarina desempenha um papel importante nesse segmento como fornecedor de bens intermediários, incluindo partes de motores e acessórios para veículos. Houve aumento dos embarques para países como Itália, Paraguai, Peru e México. Este último país, em particular, demonstra perspectivas de crescimento em sua indústria automobilística, destacando-se como um importante comprador do setor catarinense. Além disso, a economia mexicana aumentou suas compras de maquinários como compressores de ar, registrando um incremento significativo de 248,6% em abril em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Em abril, os Estados Unidos continuou sendo o principal parceiro comercial do estado, registrando um aumento de 10,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Houve também um aumento na participação dos países da América Central e do Caribe, com 30,2%, enquanto países do continente asiático registraram queda de -9,9%, na mesma base de comparação.
As importações de Santa Catarina, por sua vez, registraram um aumento de 28,0% em montante na variação interanual. No acumulado até abril, a expansão foi de 12,8% com relação ao mesmo período do ano passado. Já na série livre de efeitos sazonais, houve incremento de 14,1% ante o mês de março.
O maior nível de atividade industrial de setores mais sensíveis aos juros tem incentivado a compra de insumos para o processo produtivo, o que contribuiu positivamente para o resultado das importações catarinenses no mês de abril.
O cobre e o alumínio, por exemplo, que são matérias-primas tanto para a indústria de equipamentos elétricos quanto para a de máquinas e equipamentos, registaram aumentos respectivos de 53,3% e 30,8% no montante importado em abril, na variação interanual.
Outros produtos ligados a esses setores que foram destaques nas importações desse mês são os transformadores elétricos, com alta de 33,2%, o zinco, cujas compras aumentaram 226,7%, e os revestimentos de ferros laminados planos, com incremento de 87,4% com relação a abril do ano passado.
As compras de insumos para a indústria automotiva também registraram alta na variação interanual, principalmente nas importações de pneus de borracha (55,6%), partes e acessórios para veículos (47,6%) e partes de motor (126,6%).
Por outro lado, as importações de aço tiveram queda em abril, em função do aumento das tarifas e cotas de importação sobre esse produto. Com isso, por exemplo, o montante de aços laminados planos importados caiu 48,0%, enquanto para produtos laminados planos de aço inoxidável a queda foi de 13,8% na variação interanual.
Já o consumo das famílias catarinenses em nível elevado continua incentivando a indústria de embalagens plásticas, o que estimula a importação de insumos para sua produção. Esse é o caso dos polímeros de etileno, cujas compras aumentaram 96,4%, e também dos polímeros de propileno, com aumento de 93,5% com relação a abril do ano anterior.
Destaque também para o aumento interanual dos embarques de produtos de consumo durável, como por exemplo eletrodomésticos de cozinha (88,3%), refrigeradores (148,0%), máquinas de lavar roupa (352,6%) e máquinas de lavar louça (93,8%).
Além disso, a proximidade com a época do ano em que predomina o clima mais frio estimulou as importações de blusas de malha, que cresceram 10,6% em abril com relação ao mesmo período do ano passado.
Entre os principais países de origem das importações catarinenses, a China mantém o primeiro lugar com um total de U$S 1,2 bilhão em produtos vendidos, o que representou um aumento de 35,2% na variação interanual. Já os Estados Unidos permanecem na segunda colocação, com um total de U$S 240,1 milhões em embarques, valor 59,1% maior do que o verificado no mesmo mês de 2023.
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